quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O SACRIFÍCIO DAS ÁGUAS PROFUNDAS


AUTORES:
Thais da Silva Gomes
Késia Cecílio
Tauan Maia

SINÓPSE

Um grupo de amigos decidiu comemorar o aniversário de amiga Jully numa ilha abandonada. Ao chegarem na ilha, eles encontram um colar que eles acham ser destinado a sua amiga Jully. Mal sabiam eles que o colar era amaldiçoado e quem o colocasse se tornaria uma sereia, cujo poder era inimaginável. 


PERSONAGENS:


JULLY: a "certinha" do grupo. Sua sexualidade é Pan.

TAYLOR: faz parte de um trisal com Cristian e Melany.

MELANY: a garota mais popular que todos querem pegar.

LUKA: dono da cabana da ilha assombrada.


Era finala de tarde, o grupo se reuniu na beira da água, onde Luka, o dono da cabana na ilha, estava ocupado arrumando seu barraco.


JULLY: Luka, você tem certeza de que a ilha abandonada é um bom lugar para a nossa festa de aniversário?

LUKA: Ah, Jully, não se preocupe, eu cresci aqui, e a ilha tem um charme todo especial. Vocês vão adorar!

TAYLOR: Eu ouvi histórias assustadoras sobre essa ilha. Dizem que é mal-assombrada.

CRISTIAN: Oh, pare com esses histórias de contos de fantasmas, Taylor! Isso é só para dar emoção a aventura!

MELANY: Além disso, estaremos todos juntos. Vai ser uma noite inesquecível! Tenho certeza.

JULLY: Tudo bem, vamos nessa, então. Só não quero nada que nos coloque em perigo, Luka. 

LUKA: Eu prometo que será seguro e divertido. Vamos nos divertir, pessoal!


O grupo olhou para o barco e se preparou para a viagem, sem saber o que o destino lhes reservara na misteriosa ilha assombrada. Após um curta viagem de barco, o grupo finalmente chego à ilha abandonada. Eles descarregaram suas coisas na cabana que Luka havia mencionado. A cabana era rústica, mas acolhedora. Logo cemeçaram a desembarcar e decorar o local para a festa. 


JULLY: Vamos deixar esse local lindo para a  festa de aniversário!

TAYLOR: Ótima ideia, Jully. Essas luzes vão criar uma atmosfera incrível quando anoitecer. 

CRISTIAN: E eu trouxe o meu autofalante bluetooth para garantir que a música esteja no ponto!

MELANY: E eu trouxe um estoque de bebidas para adultos, só para garantir e aquecer as coisas. 

JULLY: Isso está ficando perfeito, pessoal! Mas, prometam que não vão se meter em confusão por aqui!

LUKA: Não se preocupe, Jully, não estamos aqui para garantir os seus 18 anos? Vamos nos divertir!


À medida que a noite caia, eles terminavam de decorar a cabana e começaram a se entregar à diversão típica de adolescentes. Enquanto a ilha misteriosa observava silenciosamente. Melany não estava muito bem dentro da cabana, pediu para se retirar um pouco.


MELANY: Pessoal, tô meio ruim, vou andar um pouco pela praia.

JULY: Está bem, não vá muito longe.


Enquanto caminhava na areia, algo brilhante chamou sua atenção. Era um colar reluzente caido entre as rochas. Ela se aproximou, apanhaou-o e ficou admirada com sua beleza.


MELANY: Isso é incrível, deve valer uma fortuna!


Enquanto Melany segurava o colar, uma estranha sensação a invadiu. Uma voz sussurrou em sua mente.

(VOZ NA MENTE DE MELANY): Lindo, não é? Daria um belo presente.


Melany sentiu um calafrio percorrer por sua espinha. Ela guardou de volta o colar e correu para a cabana, decedida a cumprir a misteriosa mensagem que recebeu.


MELANY: Onde estão Taylor e Cristian?

LUKA: Estão brincando de futebol.

MELANY: Futebol? Como assim?

LUKA: Um está com a bola pronta pra fazer gol.

MELANY: E o outro?

LUKA: O outro é a trave.

JULLY: Credo, Luka! Isso é jeito de contar que os dois estão num ato sexual?

LUKA: Achei que seria engraçado

MELANY: Mais não foi!


Melany ainda meio apreensiva, resolve dar o colar a Jully.


MELANY: Olha só o que achei!


Ela mostra o colar brilhante.


LUKA: Isso parece ser caro.

MELANY: Achei na beira da praia, enterrado na areia.

JULLY: Ele é muito lindo!

MELANY: Fica pra você de presente.

JULLY: Obrigada!!!


Jully coloca o colar e, inicialmente, não acontece nada; mas, à medida que o tempo passava, ela começou a se sentir mal. Estava repentinamente com náuseas e tonturas. 

Jully vomita.


LUKA: Você está bem?

JULLY: Pessoal, acho que exagerei um pouco nas bebidas. Estou me sentindo péssima!

LUKA: Você quer que eu te acompanhe lá fora para tomar um ar fresco?

JULLY: Sim, por favor.


Jully e Luka saíram da cabana e foram para a praia. Enquanto isso, o colar amaldiçoado, guardado por Melany, começou a pulsar misteriosamente. 


LUKA: Por que esse colar está brilhando desse jeito? 

JULLY: Eu não sei, eu não faço ideia.


O colar começou a emitir uma áurea sombria que envolveu Jully. Ela perdeu a consciência e caiu na areia. Ao mesmo tempo, uma alma de uma bruxa sereia antiga, que havia sido aprisionada no colar por séculos, foi liberada. A bruxa sereia entrou no corpo de Jully, que agora estava insconsciente. Na cabana, o restante do grupo estava alheio dos eventos da praia, sem saber o grande mal que estava por vir. 

Na praia, Luka percebeu que Jully estava insconsciente e correu de volta à cabana para buscar ajuda. 


LUKA: Pessoal! Algo está muito errado com a Jully! Precisamos ajudá-la!


Os amigos, preocupados, correram para a praia e econtraram a Jully deitada na areia. Ela estava pálida e tinha um olhar vazio nos olhos. 


CRISTIAN: O que aconteceu com ela?

LUKA: Eu não sei ... ela só começou a se sentir mal.


Enquanto tentavam entender o que estava acontecendo com Jully, a voz da bruxa sereia começou a ecoar na mente de Melany.


(BRUXA SEREIA): Vocês não podem ajudar sua amiga. A partir de agora, este corpo me pertence. 

MELANY: O que você fez com a Jully?


 A bruxa sereia rir na mente de Melany.


(BRUXA SEREIA): Eu sou a bruxa que estava aprisionada no colar. Agora estou livre graças a você! Esta é minha nova morada. Nenhum de vocês pode detê-la!


A Bruxa Sereia fez Jully levantar-se com um olhar sombrio em seu rosto, e todos perceberam que algo terrível acnteceu com sua amiga. A posseção da Bruxa Sereia estava completa e o grupo estava atônito, sem saber como lidar com aquela situação assustadora. Melany, visivilmente, abalada reuniu coragem para aontar aos amigos o que havia acontecido na praia. 

MELANY: Pessoal, eu estava com o colar quando ouvi uma voz na minha mente. Ela me disse para dar o colar a Jully, Não sabia o que estava acontecendo, mas agora a Bruxa Sereia a possuia. Ela está possuída por uma Bruxa Sereia antiga. 

CRISTIAN: Temos que ajudar a Jully a expulsar essa entidade. Isso é perigoso. 

TAYLOR: Mas como vamos fazer isso? Não sabemos por onde começar.

MELANY:Eu...Eu sei que a bruxa sereia queria o colar. Eu ainda tenho.Talvez isso possa ser útil.

Os 3 garotos voltaram à cabana, determinados a encontrar uma maneira de ajudar Jully. Eles começaram a pesquisar informações sobre a bruxa sereiae como romper a posseção.

Enquanto isso, na praia, a bruxa sereia, agora no controle total do corpo de jully, tinha seus propósitos e seus próprio plano sinistro. Quando os garotos voltaram à praia, eles fizeram uma descoberta terrível.

CRISTIAN: Melany...Ela..Ela está morta.

TAYLOR: É impossivel...Isso não pode ser verdade.

Melany estava pendurada em um galho de árvore próxima, um olhar vazio em seus olhos, uma vítima de decisão desesperada.

Os garotos, devastados pela trágica morte de melany, voltaram para a cabana determinado a enfrentar a sereia que possuía Jully. No entanto, eles se depararam com um novo desafio: Luka.

LUKA: Vocês não podem derrotar a sereia bruxa. Ela é poderosa demais. deixe-na em paz.

TAYLOR: você já sabia que essa entidade existia?

LUKA: Não, eu só conheço a história sobre a lenda. Meu pai me contou diversas vezes e eu nunca acreditei, até isso acontecer.

TAYLOR: A bruxa sereia quer o colar. Precisamos tirá-lo de Melany antes da bruxa sereia pegá-lo para transformar Jully em sua hospedeira eterna.

CRISTIAN: Mas como? E o que você quer dizer com o "sacrifício humano"? 

LUKA: A lenda diz que para quebrar a possessão, você precisa de um sacrifício humano. Não sei como, mas é a única maneira.

Com essa informação perturbadora, o grupo percebeu que enfrentaria desafios ainda maiores para resgatar Jully da influência malígna da Bruxa Sereia. Decididos a libertar a Jully os garotos enfrentaram a sereia bruxa que a possuía. Ela se defendeu ferozmente, usando os poderes do colar para atacá-los.


JULLY POSSUÍDA: Vocês não podem me derrotar!


Uma intensa batalha se desenrolou na praia, mas com determinação e trabalho em equipe, os garotos consesguiram afastar a Bruxa Sereia e removeu o colar de Jully. No entanto, a posseção da Bruxa Sereia ...


LUKA: Se a lenda diz que é necessário um scrifício humano, então temos sque fazer o  que for preciso para libertar a Jully. 

TAYLOR: Mas isso significa ...

CRISTIAN: Significa que temos que sacrificar alguém ára aprissionar a Bruxa Sereia no colar. É a única maneira.


O grupo se separou com uma decisão terrível, sabendo que iria sacrificar uma pessoa. A tenção na cabana era pálpavel, enquanto eles discutiam como seguir adiante. Eles estavam em angústia, sabendo que a única maneira de salvar a Jully da posseção da Bruxa Sereia seria sacrificar alguém. Com grande tristeza e lágrimas nos olhos eles tomaram uma decisão terrível. 

CRIATIAN: Não há outra opção, temos que fazer isso.


Taylor decide sacrificar Jully.


LUKA: Taylor, estamos fazendo isso por você também. Por Jully.

TAYLOR: Eu entendo. Vamos fazer isso.


Com relutância, o grupo se praparou para o sacrifício. Usando sangue de Taylor, eles realizaram o ritual para prender a Bruxa Sereia no colar. A cabana estava carregada de tristeza e desespero, enquanto eles enfrentavam a difícil tarefa. No entanto, à medida que o ritual se desenrolava, Luka teve uma lembrança subta. Uma revelação que poderia mudar tudo. 


LUKA: Espere ... a lenda diz que o sacrifício humano é a pessoa possuída! Não é o sacrifício de uma pessoa comum, mas a pessoa que está sob o controle da Bruxa Sereia. 


Compreendendo o erro que cometeram, o grupo se deu conta de que sacrificavam o Taylor em vão. A bruxa sereia ainda não estava compleamente selada no colar, e agora eles precisavam encontrar uma meneira de corrigir seu erro e salvar a Jully. Luka e Cristian decidiram lutar e, se necessário, matar Jully para selar a Bruxa Sereia no colar. 


LUKA: Temos que fazer isso, Criatrian, é a única maneira de salvar Jully e Taylor. 

CRISTIAN: Eu sei que é difícil, mas não temos escolha. 


Os dois amigos se aproximaram de Jully, que ainda estava possuída pela Bruxa Sereia. A Jully, ciente do que estava acontecendo, lutou contre eles com todas as suas forças. 


JULLY POSSUÍDA: Vocês não vão me deter!


Uma violente luta se desenrolou na cabana, mas no calor do confronto, a Jully possuída usou seus poderes para ferir mortalmente o Cristian. 


CRISTIAN: Luka ... não ... continue ... sal ... selar a bruxa ...


Com um suspiro final, Cristian sucumbiu aos ferimentos. Luka, em desespero, viu seu amigo perder a vida e agora enfrentava a Bruxa Sereia sozinho. Luka, enfurecido pela morte do seu amigo Cristian, continuou a enfrentar a Jully. Ela lançou um feitiço sombrio que começou a enfraquecê-lo, abrindo uma brecha para tentar corromper a sua mente.


JULLY POSSUÍDA: Você não pode me derrotar, Luka! Junte-se a mim e terá poderes ininmagináveis! 

LUKA: Não! Nunca! Eu não me tornarei seu escravo!


Em uma luta interior intensa, Luka resistiu à tentação da Bruxa Sereia. Ele lembrou-se de seus amigos, de Cristian e de Jully, e encontrou forças para Lutar contra a corrupção. A Jully agora possuída, frustrada, lançou um último feitiço desesperada.


LUKA: O que ... o que está acontecendo?


Enquanto ele tentava recuparar suas forlas, Jully, que ainda estava possuída, começou a passar por uma transformação sinistra. 


LUKA: O que ... o que está acontecendo?

Jully, agora com olhos negros vazios, começou a se contorcer e sua pele se transformou em escamas, revelando uma cauda de sereia. Ela emergiu das sombras como uma sereia maléfica com poderes da bruxa.


JULLY POSSUÍDA: Finalmente, esse corpo é meu!


Jully agora transformada em sereia maléfica, olhou para Luka com um sorriso diabólico. Ela estava no comando, usando os poderes da Bruxa Sereia.


LUKA: Não ... Jully, lute contra isso!


No entanto, Jully, sob o domínio da Bruxa Sereia, lançou um feitiço que prendeu Luka, incapacitando-o. 


JULLY SEREIA: Este é meu corpo agora, Luka.


Agora que Jully é sereia maléfica, com poderes da bruxa, olhou para Luka e, com uma expressão sinistra, começou a usar seus poderes para controlá-lo.


JULLY SEREIA: Luka, você agora é meu servo. Faça o que eu ordenar.


Luka, incapaz de resistir aos poderes combinados de Jully e da Bruxa Sereia, cedeu ao controle. Seu olhar ficou vago, e ele se tornou o servo da sereia maléfica. 


FIM!!!




domingo, 22 de outubro de 2023

VISITAS INDESEJADAS



 AUTORA:

Karoline dos Santos

Era uma tarde de   outono, as folhagens secas e alaranjadas caiam das árvores, de modo que, quando vinha uma cavalgada, sentia-se os cascos do cavalo quebrando em pedacinhos cada uma das folhas que ousaria ficar em seu caminho. O vento gelado do outono arrepiava os pelos dos braço, mais a sensação era boa, pois com o passar de uma onda de calor, a brisa gelada era como o gosto doce do mel. Estava entardecendo quando vi chegando, perto de minha residência, dois jovens: um garoto alto e uma garota. Eles passaram pelas árvores pálidas, era óbvio que sim. O inverno se aproximava com vontade. Eles se aproximaram, o rosto da garota era esbranquiçado com os cabelos alaranjados como a aurora da manhã, o garoto era mais corado, como se estivesse tomado um bom bronzeado com seu cabelo cacheado bem armado como folhas de arvores secas. Estavam tremendo e com o rosto assustado, pelo menos o garoto. Quando percebi, estavam na porta de minha casa, o que era estranho, pois recebia poucas visitas. O menino desceu do cavalo e ajudou a garota descer. Com rapidez, chegaram até mim.

_ Por favor, podemos passar à noite? Estamos em viagem, então só ficaremos hoje! -Disse o garoto.

Eu percebi que estavam pálidos e trêmulos, por isso os deixei que ficassem.

_ Está bem! Podem ficar, mas podem ficar essa noite como foi dito! _Eu disse.

_ Muito obrigado! _Responderam .

Então entramos. Coloquei mais lenha na fogueira. Ao passo que o fogo iluminou toda casa, eles se sentaram perto da lareira. A menina olhou pra mim com um leve   sorriso, então sorri de volta; pois seu rosto era agradável. Quando de repente, meu sorriso sumiu, pois percebi que em seu vestido esbranquiçado quase amarelado, havia manchas vermelhas secas.

_ Meu irmao é um idiota! Antes de sairmos de casa, ele derramou geleia de frutas vermelhas em mim. Tentei limpar, mas a mancha não saiu! -Disse a garota.

Parecia mesmo geleia, porém havia algo mais que isso, tive uma leve impressão. "Que estranho!" _ Disse eu em meus pensamentos. 

Quando finalmente a noite chegou, preparei o jantar para meus visitantes. Fiz uma bela tigela de sopa de cenoura quente porque estava começando a ficar frio. Eles comeram com tanto desespero que se melaram do caldo alaranjado da cenoura. Depois do jantar, levei-os para seus quartos. A casa possuia quatro quartos ao todo, o garoto foi para primeiro quarto do corredor, onde já se havia preparado roupas e cobertores. A menina lembrava muito uma criança que tive em minha vida.

_ Você me lembra muito de minha abelhinha, eu disse.

_ Que abelhinha? Perguntou a garota .

_ Minha filha, Hanna! Eu disse.

_ Hanna é um belo nome! Disse a menina.

_ É mesmo, eu digo levantando-me da ponta da cama.

_ Aurora!

_ An? Digo eu.

_ Meu nome é Aurora!

-É um belo nome! Cobrir a menina na cama com um cobertor grosso e macio para aquecê-la do frio, de forma que só ficou a sua cabeça para fora. Apaguei a luz e sai. 

Pelo corredor que dá para a janela, ouço o cachorro do vizinho uivando. A casa já é velha e a noite um pouco escura, então, quando ando, escuto meus passos na madeira espessa e a escuridão se cerca ao meu redor. Mas, a luz esbraquiçada da lua refletia no vidro rachado da janela, aos meus pés. Olho para a parede do corredor e vejo o quadro empuerado de meu querido marido e minha amada filhinha. Ele com seu trage de militar esverdiado em postura reta, sentado em uma poutrona aveludada, com Hanna no colo de sua perna direita. Ela com seu vestido de primavera vemelho de babados brancos, e uma flor de margarida em seu cabelo negro cacheado, com um sorrizinho de criança forçado. Eu ao lado, com a mão no ombro direito de meu marido, usando um vestido rodado cinzento e com sorriso de canto fechato. Olho e me lembro do tempo no qual passamos juntos. Meus olhos se entristecem, pois as lembranças doces me trazem arrependimentos por não ter passado mais tempo com eles. "Que Saudade!". Falo com um sussurro, tocando no quadro com meus dedos e sentindo eles sujos e gelados porque, agora, o quadro estava frio e empoeirado. De repente, em meio ao silêncio do corredor, ouço passos se aproximando de mim. O barulho ficava cada vez maior. Pela sombra que se projeta, percebo que é de uma mulher. Ela se aproxima e diz em um tom baixo:

_ Saudades deles? Era a empregada.

_ Sim, eles fazem muita falta! Digo.

_ A senhora ficou elegante nesse quadro!

-  Obrigada! Ele me lembra dos velhos tempos.

_ A senhora fala como se já tivesse idade, mas ainda é bem jovem! Eu estava limpando seu quarto e vi seus relatórios, a senhora não era detetive ou algo assim? 

-Sim! Já fui, mas a minha jornada já acabou e não gosto de me lembrar de que foi por causa desse  trabalho que perdi um tempo precioso que deveria ter passado com minha família. Por causa desse emprego perdi meu marido, e também foi por causa dele que não pude dizer adeus a minha filha! Além domais, o fato é que nunca solucionei o caso. Então, sim, foi tempo perdido e não vou cometer o mesmo erro outra vez. Disse eu.

_ Senhora, não foi por sua culpa que seu marido morreu, ele foi um herói e ele a amava, e, provavelmente, não iria querer que sua esposa desistisse tão facilmente. Não foi também culpa sua que sua filha pegasse tuberculose, ela já estava doente e não havia mais jeito, nem cura . Eles queriam -la feliz e não que a senhora abandonasse o seu trabalho, assim. Disse ela.

-Eu não sei, isso leva tempo! Disse.

-Senhora já faz dois anos! Quanto tempo mais vai levar? Disse a empregada e completou _ Já está ficando tarde, tenho que ir agora.

_ Às sete horas como sempre? Eu perguntei.

_ Como sempre! Ela respondeu. 

Eu a acompanhei até a porta.

-Boa noite! Disse ela.

-Boa noite! eu disse fechando a porta devagar, quando senti algo atrás de mim, virei-me lentamente e era nada mais, nada menos do que o cachorro uivante. Respirei fundo e o coloque para fora. Pensei, "estranho, a porta da cozinha está sempre fechada, mais estava aberta, acho que a empregada esqueceu de fechar quando pôs o lixo para fora". Segurei o cachorro, mas não foi preciso, ele saiu com facilidade, lambendo-me com sua língua molhada. "Eu queria ter um cachorro!", disse em meus pensamentos. Depois que ele saiu, fechei a porta. Quando me virei, Aurora estava parada na minha frente, estava com uma mecha de cabelo no rosto, sorrindo.

_Eu não gosto de cachorros! Disse ela.

Seu rosto estava esquisito como se algo a perturbase.

_O que houve, Aurora? indaguei oferecendo-lhe um copo de leite morno e bolachas.

_ Meu irmão me assusta! Ele fica estranho, às vezes. Nossos   pais brigavam feio com ele, mas eles sairam das nossas vidas quando fomos embora. Eu vou cuidar dele! Disse ela com um bigode formado pela espuma do leite e sorrindo novamente.

_ Você é bem jovem para cuidar de seu irmão mais velho! Eu disse me servindo uma xícara de chá.

_ Ele sabe que eu cuido melhor dele. Ela deu um bocejo.

_ Você quer tentar dormir agora? Eu posso te contar uma histó….

_ Aquele quadro na parede do corredor, a criança no quadro era Hanna? Disse me interrompendo.

-Sim, era ela! Respondi. 

-Ela morreu de quê?

_ Tuberculose! Eu disse.

_Sinto muito! E o homem, é seu marido? Ele morreu de quê?

_ Ele morreu na guerra, uma bomba explodiu…

 _Nossa! Como foi quando entregaram os pedaços deles Disse ela com tom de naturalidade.

 

_ Não tinha pedaços! _ Falei perplexa _ Acho que está na hora de dormir! 

 _ Tudo bem! Ela disse.


Levei a garota ao seu quarto cobri-a com o cobertor grosso e macio, apaguei a luz e quando ia fechar a porta olho para a menina e ela está dormindo delicada como uma flor, fecho a porta e saio ,entro em meu quarto e vou em direção ao criado
mudo ao lado de minha cama, na gaveta de baixo,havia vários papéis de relatórios, com casos solucionados e jornais com manchetes que diziam:

Detetive dirksen desmascara assassino do prefeito

Detetive dirksen soluciona caso das joias roubadas de mademoiselle jacobsen 

Detetive dirksen soluciona caso de ritual homicida

Detetive dirksen perder marido em tragédia em campo minado

Morre de pneumonia a filha de Detetive Dirksen

Detetive dirksen da pausa na profissão por problemas pessoais …


Olho e me lembro de muitas coisas. Revejo papéis, fotos, artigos e manchetes e entre todos esse anunciados, um papel amassado chama a minha atenção.  Desamasso-o com cuidado e vejo que era um jornal que dizia:

 

Detetive dirksen não soluciona caso de Família assassinada na Escócia




Aquele fora o caso que me intrigou por meses, perdi tempo demais. Uma família muito unida, formada por pai, mãe e quatro filhos, dos quais três são encontrados mortos. Os pais foram violentados com tanta brutalidade que seus rostos ficaram deformados com e o crânio entre aberto. O pescoço levou tantos golpes de corte que era capaz de a cabeça se soltar com um só toque. Mortos com uma peça de metal encontrada na cena do crime. A mulher, além das múltiplas lesões no rosto, no pescoço e no peito, havia da boca a garganta um pano comprido encharcado de sangue, que parecia ter sido enfiado na garganta para de alguma forma silenciar a vítima. A terceira vítima era uma criança de colo morta no berço, com golpes de faca na cabeça. A faca parecia ter sido torcida de tal forma que, quando foi removida, parte da massa cinzenta ficou esposta. Não teve choro, pois a criança estava dormindo. O assassino não foi encontrado e o caso foi arquivado. 

_Que tragédia, eu disse. 

De Repente ouço um barulho não no quarto de Aurora, porém do seu irmão. Ele estava no primeiro quarto do corredor. Bati na porta, mas quando entrei, me assustei ao ver aquele jovem rapaz, escorado na parede, apavorado.

_NAO! NÃO! NÃO! Ele gritava.

Tentei acalmá-lo, não adiantou.

 

-Eu não fiz por querer! Sinto muito, sinto muito! Ela vai ficar bem! Disse ele chorando.

 

-Quem vai ficar bem? Perguntei, mas por um instante fiquei amedrontada ao ver que a expressão de choro e agonia de seu rosto, mudara para uma sorriso e uma gargalhada sinistra. E, como um comando que não acontecera, ele parou. 


Sentei-me na cama, então ouvi outro barulho, maior, como se vidros estivessem sido quebrados. Eram gritos,gritos altos, corri para a porta, todavia estava trancada. Como? se não fechei! Tentei abrir, no entanto não conseguia, estava presa com o garoto. Ao passo que tentava abrir a porta, os gritos ficavam mais altos. Até que de repente, cessaram. Então chutei a porta com toda minha força, e consegui abrir. Olhei para o corredor e a janela estava quebrada. O que era uma rachadura, agora só havia vidros quebrados. Olho para frente e fico aterrorizada (horroroso de relatar), Aurora assustada tanto quanto eu. Chegando aos meus pés uma poça do sangue de minha empregada. 


_ Chegou antes das sete. _ Digo. 


A cena era indigesta, no chão, cortada com cortes profundos dos braço, as pernas com cacos de vidro da janela, seu pescoço se via cortado, mas o que me apavorou foi que, apesar dos múltiplos cortes, ela estava sem cabeça. Essa parte do seu corpo havia sido arrancada com força, marteladas. Olho para a parede e vejo o quadro de Hanna e seu pai com espirros de sangue. Fico aterrorizada e entristecida, estava na hora de solucionar um assassinato, não de uma pessoa qualquer, mas de uma amiga e membro de minha família.


Corri até Aurora para ver se estava ferida, ela estava bem. Pedi para entrar   no quarto do irmão e trancar a porta para não correr riscos, ela obedeceu. 


Eu precisava de pistas para uma solução desse assassinato o mais rápido possível. Liguei para a polícia, falaram que chegariam em breve. Nesse tempo estaria em perigo. Minha respiração ficou ofegante, meus batimentos acelerados, como se tudo tivesse voltado. Eu tinha que ser forte e astuta. Assim, primeiro cobri o corpo da vítima com um lençol, mas percebi algo de estranho no corpo. As marcas dos ferimentos eram bem expostas, todavia não profundas. Algo de estranho e interessante. Desci as escadas e vi que estava molhada, como se alguém estivesse subindo para pegar algo. Olhei a mesa da cozinha, vi as coisas da empregada. A porta estava aberta não arrombada - ela voltou por algo esquecido. Ela … ela esqueceu alguma coisa e voltou para pegar, abriu a porta, deixou suas coisas, mas estava molhada, subiu as escadas e… As poças de água levavam para o quarto de Aurora. Abri a porta, não havia mais manchas, só uma gaveta aberta e a mochila de viagem de Aurora. A gaveta continha meias e um par de luvas amarelas de lã da empregada. "Ela voltou para pegar as luvas, ela viu algo que não devia". A mochila, abri e vi uma peça de roupa, um cachecol, um par de luvas brancas.


Encontrei ainda pedaços de jornais, mas eram partes específicas que diziam:


Tragedia em novembro. 


Familia assassinada na Escócia assaino ainda nao foi indentificado


 Familia morta brutalmente Filho é o principal Suspeito (Detetive Dinksen é contrata para desvendar assacinato mais ainda nao obteve sucesso )


Quando vi isso, meus olhos se abriram e as pupilas dilataram como se o caso com que tive dificuldades estivesse dentro de minha propia casa. Além disso, o assassino tendo a própia irmã como refem. 


Corri o mais rápido que pude, tentei abrir a porta, no entanto estava trancada.


Chutei ela outra vez com tanta força que senti meu pé machucado. Vi que estava sangrando, mas consegui. Foi quando me deparei com um corpo, sim um corpo! Mais um corpo de menino. Estava molhado com um pano coberto de sangue na cabeça e a mão grudada na tomada, nao tinha reação. "Por que ela?" Eu queria saber. Nesse momento, ouvi o som do chicote no cavalo e, quando corri pelas escadas e sai de dentro da casa para fora, vi a menina fujindo com o cavalo.


Ao passo que ela sumia entre as árvores palidas, com frio e machucada, minha respiração ficava ofegante depois de correr. Sinto um floco de neve cair sobre meu pé machucado, "ola neve!". Olho e escuto a polícia chegando e cercando minha casa. O cachorro uivante estava latindo escorado ao meu pé. Foi quando percebi que estava na hora de voltar e cumprir meu papel, por Jon(meu marido), por Hanna (minha filha ), por Amanda ( a impregada) e pelo jovem.


Quando vi sem perceber, estava no bolco do casaco um biblhete com manchas de sangue e sopa de cenoura. Era de Aurora, abri com rapidez, nele estava escrito :

Te vejo em breve!

 

 

Fim