AUTORA: LARYSSA DE SOUSA
Meu nome é José, mas conhecido como Laranjinha. Na favela, um moleque de 12 anos que não sabia o que era certo e nem o errado, só sabia me divertir, mas não sabia que minha diversão teria um fim.
- Mãe !! (grita)
- Que foi, Laranjinha?
- Tô indo pra escola!
- Vai com deus, meu filho!
Estava indo no meu caminho quando ouvi gritar o meu nome...
- Laranjinha, perai, moleque!
- Que foi, Limãozinho?
Meu amigo, Limãozinho, meu parça, meu irmão, meu brother. Juntos há 12 anos, sempre aproveitamos juntos.
- Iai, Laranjinha, como tá a vida?
- Tá boa, irmão.
- Iai, borá matar aula, hoje?
- Sei não, cara...
- Para de ser fraco, Laranja... ninguém vai saber não, irmão!
- Tá bom.
Limãozinho me levou a um lugar onde havia dois estilingues e algumas pedrinhas para atirarmos nos telhados das casas da vizinhança. Nós éramos os mais atentados da favela. Eu me deparo com as pedras que meu amigo tinha pegado.
- Limãozinho, onde você arranjou essas pedras?
- Ah, lá no morro.
- Que morro, comecei a xingar Limãozinho.
- O morro da periferia...
- Mano, cê é maluco!?
Eu estava assustado, com medo de aquelas pedras serem drogas. Eu comecei a olhar bem para as pedrinhas e consegui abrir uma, era “pó de anjo”, cocaína.
- Mano, Limão, isso é pó de anjo!!!
- O que? Eu não sabia, pensei que fosse apenas pedras!
- Mas é pedra, limão. Pedra de cocaína! Você é burro?
- Cara, relaxa, é só levar de volta.
- É tão simples, não é Limão? O chefe vai ver nós dois levando...
Mesmo com medo e muito assustados, tivemos coragem para levar as pedras numa mochila para o morro. Colocamos as pedrinhas onde elas estavam, no entanto, quando estávamos voltando, demos de cara com os capangas do chefe. Começamos a correr, mas, bem atrás vinha o chefe do morro.
- Ei, moleques, o que pensam que estão fazendo?
- Nada ... nada, senhor.
- É mentira, chefe, eles estavam mexendo na parada lá.
- Isso é verdade, moleque?!
- S..sim... senhor... desculpa.
- Não vem com desculpas, agora vocês vão me ajudar. Tudo o que eu mandar vocês vão fazer, ok?
- S.. sim.
Eles nos forçaram a fumar e a fazer entregas pela favela. Hoje eu tenho 27 anos e o limãozinho morreu, levou quatro tiros na cabeça e eu estou fugindo da lei.
Bem, na favela só existe duas leis: ou você dança conforme o baile, ou você morre no meio do baile. Nunca siga o mesmo caminho que o meu, nunca entre nessa dança.

AUTORA: LARYSSA SOUSA
EMEF FELIPA SERRÃO BOTELHO
8º ANO A - MANHÃ/2018
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