terça-feira, 1 de maio de 2018

A Vida de Moleque na Favela


 Resultado de imagem para moleque do tráfico na favela

AUTORA: LARYSSA DE SOUSA

Meu nome é José, mas conhecido como Laranjinha. Na favela, um moleque de 12 anos que não sabia o que era certo e nem o errado, só sabia me divertir, mas não sabia que minha diversão teria um fim.
- Mãe !! (grita)
- Que foi, Laranjinha?
- Tô indo pra escola!
- Vai com deus, meu filho!
Estava indo no meu caminho quando ouvi gritar o meu nome...
- Laranjinha, perai, moleque!
- Que foi, Limãozinho?
Meu amigo, Limãozinho, meu parça, meu irmão, meu brother. Juntos há 12 anos, sempre aproveitamos juntos.
- Iai, Laranjinha, como tá a vida?
- Tá boa, irmão.
- Iai, borá matar aula, hoje?
- Sei não, cara...
- Para de ser fraco, Laranja... ninguém vai saber não, irmão!
- Tá bom.
Limãozinho me levou a um lugar onde havia dois estilingues e algumas pedrinhas para atirarmos nos telhados das casas da vizinhança. Nós éramos os mais atentados da favela. Eu me deparo com as pedras que meu amigo tinha pegado.
- Limãozinho, onde você arranjou essas pedras?
- Ah, lá no morro.
- Que morro, comecei a xingar Limãozinho.
- O morro da periferia...
- Mano, cê é maluco!?
Eu estava assustado, com medo de aquelas pedras serem drogas. Eu comecei a olhar bem para as pedrinhas e consegui abrir uma, era “pó de anjo”, cocaína.
- Mano, Limão, isso é pó de anjo!!!
- O que? Eu não sabia, pensei que fosse apenas pedras!
- Mas é pedra, limão. Pedra de cocaína! Você é burro?
- Cara, relaxa, é só levar de volta.
- É tão simples, não é Limão? O chefe vai ver nós dois levando...
Mesmo com medo e muito assustados, tivemos coragem para levar as pedras numa mochila para o morro. Colocamos as pedrinhas onde elas estavam, no entanto, quando estávamos voltando, demos de cara com os capangas do chefe. Começamos a correr, mas, bem atrás vinha o chefe do morro.
- Ei, moleques, o que pensam que estão fazendo?
- Nada ... nada, senhor.
- É mentira, chefe, eles estavam mexendo na parada lá.
- Isso é verdade, moleque?!
- S..sim... senhor... desculpa.
- Não vem com desculpas, agora vocês vão me ajudar. Tudo o que eu mandar vocês vão fazer, ok?
- S.. sim.
Eles nos forçaram a fumar e a fazer entregas pela favela. Hoje eu tenho 27 anos e o limãozinho morreu, levou quatro tiros na cabeça e eu estou fugindo da lei.

Bem, na favela só existe duas leis: ou você dança conforme o baile, ou você morre no meio do baile. Nunca siga o mesmo caminho que o meu, nunca entre nessa dança.    




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AUTORA: LARYSSA SOUSA
EMEF FELIPA SERRÃO BOTELHO
8º ANO A - MANHÃ/2018





domingo, 29 de abril de 2018

PERSEGUIÇÃO NA MADRUGADA



AUTORA: Kaline Lopes Carvalho

Já passava da meia noite. As ruas estavam escuras e desertas. Os cães latiam por trás dos muros. De repente, ouviu-se um barulho.
- Meu Deus, o que foi isso, Stephany?
- Não sei, Ester. Acho melhor sairmos daqui!
- Pois vamos logo, Stephany. Tô com medo.
O barulho começou a ficar mais perto e elas começaram a perguntar:
- Quem está ai?
-Responde!
E ninguém respondeu. Então, elas viram um vulto. Desesperadas começaram a correr e pedir socorro.
- Socorro.
- Alguém nos ajude!
- Corre Ester, corre!
Elas se afastarão do lugar onde estavam pensando que estariam seguras. Ouviram um grito de uma mulher.
- Aaahhhh!!!
As meninas, apavoradas, olharam para um lado e para outro querendo saber de onde vinha aquele grito.
- Agora mais essa.
- O que nós vamos fazer Stephany? O que será de nós agora?
A mulher gritou novamente. E, dessa vez, ela estavam correndo pedindo ajuda como as meninas. Elas falaram:
-Ester, ele deve estar assustada como nós.
- Vamos procurar esta mulher, quem sabe ela ajuda a gente, Stephany.
- Tá, vamos.
Elas começaram a gritar dizendo:
- Oi, quem é você? Precisamos de ajuda também! Onde você está para a gente te encontrar?
A mulher respondeu:
- Eu estou aqui, de trás do latão de lixo, me ajudem! Por favor...
Então as meninas foram até lá e a encontraram machucada. Ela havia caído quando estava correndo, pois havia um homem correndo atrás dela.
As meninas perceberam que era o mesmo o homem que as perseguia. Stephanny falou:
- Nossa! Acho que esse homem queria nos violentar!
- Com certeza, Stephany.
- Bom, agora estamos seguras. Vamos para casa.
- Eu nunca mais fico até tarde na rua.
- Nem eu.

Fim.

AUTORA: Kaline Lopes Carvalho
EEEM Walkise Viana
2º ano 1 - Tarde



quinta-feira, 26 de abril de 2018

AVENTURA NA FLORESTA


Fonte: google imagem

AUTORA: Rebeca Emilly

Certo dia, vários amigos decidiram ir fazer uma trilha na Floresta Amazônica. Passaram dois meses e ainda estavam lá se preparando para a trilha que tanto esperaram. Foram dois meses de ansiedade, alegria, conforto... Eles estavam ali, preparando a trilha de seus sonhos... Então chegou o tão esperado dia.
- Vamos, galera! Falou Hitalo todo contente.
- Eh, vamos! Finalmente chegou o tão esperado Day da nossa trilha, Yes! Disse Rebeca.
Luzia, toda ansiosa disse:
- Bora, gente! O Cristian está nos esperando lá fora!
- Realmente, meu povo, vamos nos apressar, falou o Kenny.
Então, todos eles foram ao encontro de Cristian. Entraram no carro e foram para o local onde seria a trilha. Chegando lá, após estacionar o carro, desceram suas mochilas e suprimentos e equipamentos.
- Chegamos! Falou Rebeca, empolgada.
O Kenny, após observar o local disse com ar de felicidade:
- Gente, agora vamos nos arrumar para irmos a nossa trilha.
- É mesmo, gente, vamos começar a nossa trilha! Falou Hitalo.
- Então, vamos começar? Perguntou Cristian.
- Vamos nessa, então. Respondeu Luíza.
Os cinco amigos seguiram em frente, um atrás do outro. Andaram 25 quilômetros a pé, passaram dois days andando.
- Galera, vamos ficar por aqui! Sugeriu Cristian, exausto.
Luíza concordou dizendo que era melhor mesmo. Os outros também concordaram.
Meio a contragosto, Hitalo falou:
- Éh, já que vocês querem ficar por aqui, vou ficar também.
Meio aborrecido, jogando suas coisas no chão, Kenny disse:
- A gente, queria prosseguir em frente mais uns dois quilômetros, mas, já que vocês estão cansados, vamos ficar aqui mesmo. Affs!!
Descansaram aquela noite, porém no segundo Day, às cinco da manhã, já estavam se preparando para seguir em frente.
- Bora seguir em frente, né? Disse Rebeca ajeitando sua mochila nas costas.
Cristian concordou que sim.
Luíza, a nerd da turma falou sorrindo meio que em tom de deboche:
- Bora, então seguir esse caminho aqui.
Todos riram.
Enquanto o grupo conversava, Hitalo e Kenny seguiam em frente.
Quando o grupo percebeu “Cadê o Hitalo e o Kenny?” todos se perguntaram.
- Acho que estão para frente, Cristian falou sem muita convicção.
Rebeca observou na direção da trilha:
- É deve ser.
Caminharam muito sem ver os dois, porém finalmente eles se encontraram.
- Nossa, que bom! Achamos vocês dois, falou Luíza meio aborrecida e aliviada.
Hitalo se justiçou dizendo:
- Achava que vocês iam nos acompanhar!
Irônica e brincalhona como sempre, Rebeca quis acomodar as coisas
- Ah, vocês acham que a gente não anda rápido é, sonha garotos!
- Isso mesmo, Rebeca! Mandou bem. Disse Cristian rindo.
Já se passavam dez days de caminhada floresta adentro.  Até que Rebeca e seus amigos encontraram um lugar muito belo chamado Jalapão. Eles ficaram por lá. No lugar tinha de tudo que precisavam. Havia piscina, tirolesa, campo de futebol, entre outras coisas.
- Que lugar mais legal! Falou Rebeca surpresa.
- Gente, olha aquilo! Tem piscina e tudo o mais! Disse Hítalo muito satisfeito.
E assim, iniciou-se outra aventura daqueles cinco amigos inseparáveis naquele paraíso.
No fim daquele dia, todos estavam muito cansados e decidiram descansar em suas barracas.

1º Day: Foi tudo bem legal! Eles se divertiram muito.
- Gente, eu estou um pouquinho cansada, falou Luíza.
- Eu tô só um pouco, mas valeu à pena, disse Rebeca (exausta).
- Pessoal, eu vou para minha cabana dormir, informou Cristian.
- Ok, vai lá, depois nós vamos, disse Hítalo.
- Tá bom, mais vem logo, heim, recomendou Cristian.
- Ok, ele respondeu.
- Beleza, gente! Vamos dormir ou ficar mais um pouco aqui? Perguntou Kenny.
- Prefiro ficar mais um pouquinho aqui, jogando conversa fora, respondeu Rebeca.
Todos concordaram então, em ficar batendo um papinho até mais tarde. Enquanto eles conversaram, a noite ia surgindo, já era meia noite...
- Galera, nossa conversa ta tão boa, né?
- Sim, Rebeca até que tá– confirmou Hítalo.
Luíza propôs que cantassem um pouco para distrair um pouco. Hítalo pegou o violão e pôs-se a tocar “meu abrigo”, conforme proposto pela galera. Todos cantaram juntos na maior algazarra.
“Você é a razão da minha felicidade
Não vá dizer que não sou sua cara-metade
Meu amor, por favor, vem viver comigo
O seu colo é o meu abrigo...”

- Uruu!! Que noite maravilhosa, falou Rebeca.
A empolgação era geral. A galera estava muito animada e gritava alto, repetindo a música.
- Gente!!, gente!! Vamos para nossas barracas dormir?
- Certo, Kenny, vamos porque amanhã já é outro dia, temos que descansar. Respondeu Rebeca.
Luíza levantou-se e pôs-se a caminhar para sua barraca: - boa noite, passarinhos, disse rindo.
Hítalo respondeu:
- Boa noite.
Tudo se acalmou e dormiram o resto da noite.
Nem bem o dia clareou já estavam todos acordados merendando e tomando banho na piscina. Recomeçou um novo dia cheio de aventuras.
- Bora, gente, pulara daquela tirolesa?
- Vamos, Rebeca! Eu vou com você, disse Hítalo empolgado.
- Ok, então vamos lá! Borá subir essa ladeira de pedras primeiro.

Enquanto Rebeca e Hítalo estavam descendo na tirolesa, Cristian, Kenny e Luíza estavam jogando futebol.
- Goooolll, gritou Luíza contente.
- Ah, não valeu, Luíza! Falou Kenny.
- Valeu sim! Você fica inventando historinha ai. Ta com medo de perder é? Só pede.
Todos caíram na gargalhada tirando graça da cara de Kenny.
- Não! Gritou Kenny.
- Ok, falou Luíza.
- Vocês dois, heim! Meu Deus! Disse Cristian. Deixou os dois jogando bola e foi se juntar a Rebeca e Hítalo.
Em cima, já pendurados na tirolesa:
- Vamos descer, Rebeca?
- Bora, mas eu vou primeiro.
- Ok, vai lá. Concordou Hítalo.
- Tchau, nos encontramos lá embaixo! Disse Rebeca deixando seu corpo ser carregado pela força da gravidade.
Ela desceu naquela enorme tirolesa. Para ela, aquilo era uma aventura em tanto.
No alto, na casinha, Hítalo observava ansioso, esperando sua vez de descer.
- Uhuuuu!!! Que legal, gritou Rebeca quando chegou ao chão. Vamos lá, Hítalo, agora é sua vez!
Ele olhou para baixo, hesitou um pouquinho.
- Ok, lá vou eu!!!
Ele desceu na tirolesa. Quando chegou embaixo falou para Rebeca que nunca tinha sentido uma sensação tão boa. Deu frio danado na barriga. Riram juntos.
Foram para o almoço, empolgadíssimos. Em seguida, Cristian, Luíza e Kenny chegaram.
- Gente, tenho uma coisa não muito boa para falara para vocês, anunciou Cristian.
- O que é? Perguntou Rebeca preocupada.

- Também quero saber, disse Luíza.
- Então, temos que ir para casa, nossa faculdade já vai começar.
- Ah, não! Queria ficar mais dois dias aqui, pelo menos, falou Rebeca não muito contente com a notícia.
O desapontamento foi geral.
- Pois é, outro dia a gente combina de vir aqui de novo. Falou Kenny.
Enquanto eles conversavam a tarde ia surgindo. Até chegou a noite.
- Ei galera! Vamos arrumar nossas coisas aqui porque amanhã, nós vamos pegar o vazante, disse Hítalo.
- Já to arrumando as minhas, informou Rebeca.
Todas foram arrumar suas coisas para no dia seguinte irem embora.
Dia seguinte:
- Bora, gente, para casa! Agora, né, vamos seguir em frente! Falou Rebeca.
- Vamos logo porque daqui pra lá tem chão. Confirmou Hítalo.
- Pois é, falou Kenny desanimado.
Eles seguiram em frente, até chegar onde estava o carro.  
- Ufa! Cansei, disse Hítalo se jogando no chão.
- Também cansei, repetiu Cristian.
- KKKKK! Vocês se cansam rápido, MDS! Disse Rebeca tirando graça da cara deles.
- Bora botar as malas dentro do carro pra gente ir pra casa! Disse Luísa.
Logo estavam na estrada, rumando para suas casas. Foi cinco quilômetros de asfalto até chegar a Belo Horizonte, cidade onde eles moravam.
- Chegamos, que bom! Disse Kenny.
- Que bom, né, mas, eu queria ficar mais uns days na floresta... disse Cristian baixando a cabeça.
- Ah, eu também queria ter ficado mais um pouquinho, mas não podemos, disse conformada Rebeca.
- Verdade, temos que ir para faculdade! Disse Cristian.
- Aproveitamos muito! Jamais esquecerei esses dias, disse Luíza.
- Realmente, esses dias jamais serão esquecidos! Concordou Hítalo.
Então foi isso nossas férias acabou, mas teremos outras aventuras em breve.. esse dia foi muito legal, ficará na nossa lembrança.
Esses cinco amigos curtiram muito esses treze dias, foi uma aventura em tanto!!!

FIM...





REBECA EMILLY - 8º ANO A - EMEF FELIPA SERRÃO BOTELHO

terça-feira, 24 de abril de 2018

Sozinho não quero ficar!

Por que tudo tem que ser ruim?
Por que tiveste que ir embora?
Por quê? Por quê?

Seu que não sou poeta
Mas aqui, dentro de meu coração,
Está morrendo
Pois não tenho o teu perdão!

Doi em falar teu nome
Porque aqui do meu lado
Tu não estas!

Perdoa-me e comigo vens ficar
Para sempre
Prometo-te que para sempre
Irei cuidar de ti!

Vens, vens!
Estou te esperando!
Volta comigo, volta a me namorar!

Então tu vens? Estou aqui,
Na beira do mar,
Com aliança na mão
Para te pedir a comigo casar
Para nunca mais te deixar!

Pode vir a morte,
Mas ela tem que nos levar

Porque sozinho eu não quero ficar!

É hoje, faz três meses que foste embora
E aqui comigo só está a saudade
E a dona morte só levou a ti
E o nosso lindo bebê 
que nunca vou poder conhecer.


Hoje, estou só
Mas não paro de pensar em ti!
Comigo tu casaste
Comigo tu ficaste
E a mim, tu largaste

E a dor em saber que um filho 
Tu estás carregando dentro de ti
Oh, meu amor, onde estás
Ainda estou aqui, esperando por ti!
Durmo toddas as noites
Todos os dias esperando por ti
Esperando por nosso bebê.

Não quero acreditar que te perdi!


domingo, 15 de abril de 2018

UM CONVITE PARA JANTAR NA MANSÃO DE EVELIN RAUS





AUTORA: TAUANY SILVA COSTA


Em um dia de sexta-feira, às 18:30, havia um mordomo de uma mansão que ficava na Rua Perseverança, número 31. Ele estava indo visitar sua mãe Renata. Levava doce de goiaba, frutas, leite e legumes. Ele preparou um belo almoço e uma bela salada. Ao terminar de se alimentar, ele disse para sua mãe, Renata:
- Mãe, tenho que ir para mansão trabalhar, tchau!
Quando estava na metade do caminho, ele viu duas meninas e quatro meninos. Ele ficou muito triste porque viu que os meninos e as duas meninas estavam sujos e famintos. Então resolveu perguntar:
- Vocês não tem pais?
- Sim, temos. Respondeu o menino.
- Onde vocês estão com a cabeça para ficar na rua a essa hora? Perguntou o homem.
- Mas, moço, nossos pais nos abandonaram na rua porque eles não agüentavam mais sustentar a gente!
Perguntou o homem com muita raiva:
- Mas, como pode um pai e uma mãe abandonar seus filhos, deixando largados nas ruas?! É para isso que existe o abrigo para crianças órfãs!
- Como assim, órfãs? A gente tem pai e mãe, só que eles tiveram que abandonar a gente! Disse o menino furioso.
- Tudo bem, acalme-se. Eu já estou indo embora, disse o homem.
- Não vá, disse uma das meninas, o senhor não tem como arranjar um copo de leite para o nosso irmão de dois anos, pois ele não tem o comer?
O homem observou aquelas crianças e encheu-se de compaixão.
- Acalme-se. Eu trabalho em uma mansão. Lá há muita comida. Eu posso trazer para todos vocês frutas e leite. Tenho que ir.
O homem foi para a mansão. Ao chegar lá, a dona da residência ficou desconfiada de seu mordomo porque ele estava muito nervoso e parecia preocupado. Então resolveu perguntar o que tinha acontecido. Ele contou a história das crianças e disse que estava muito preocupado com elas.
- Há mais alguma coisa? Quis saber a dona da mansão.
- Sim, tem, respondeu ele, prometi voltar rápido com frutas e leite para elas almoçarem. Então, senhora, eu posso levar isso para elas? Perguntou o mordomo.
- Sim, você pode; mas com uma condição.
- Qual, senhora?
- Que você as convide para um banquete que haverá hoje à noite aqui.
- Sim, senhora, farei isso imediatamente. Posso ir?
- Sim, vá! disse a mulher.
Ao sair da mansão levando frutas e leite para as crianças e a notícia do banquete, ele pensou “por que a senhora patroa decidiu fazer isso?”.
Na mansão, a senhora conversava consigo mesmo: “Ai, meu deus! Como o mordomo é inútil. Ele nem sabe que eu vou pegar aquelas crianças e aprisioná-las!”. Esse era o desejo mal em seu coração que falava. “Quando eu as pegar, conquistá-las-ei para que sejam meus filhos, mas primeiro tenho que dar a todas do bom e do melhor, se é isso o que elas precisam!”.
Quando chegou a hora do banquete, a senhora chamou o mordomo e lhe perguntou:
- Você já arrumou tudo para o inesperado banquete?
- Sim, senhora – respondeu ele.
- Ótimo! Pois sirva o melhor. Quero que todos comam. Quando terminar ofereça-lhes um abrigo. Eles aceitarão.
No dia seguinte, a mulher perguntou para as crianças:
- Vocês aceitam morar aqui, nessa mansão?
- Sim!!! Responderam todos.
Ela deu um cordão de ouro para cada um deles. Todos ficarão bem. O tempo passou, eles cresceram e estavam bem.
Mas, apareceram os pais deles pedindo desculpas. Foram todos perdoados.
- Eu entendo, você não teve condições de nos sustentar, mas só quero fazer uma pergunta: por que vocês nos abandonaram ao invés de nos por em um orfanato?
- Por que sim, foi a resposta.
A mulher dona da mansão mandou os pais irem embora e nunca mais voltar.
No entanto, quinze dias depois, eles decidiram voltar e pedir para a mulher da mansão deixá-los ver os filhos. Mas, o mordomo não abria o portão. A senhora contratou seguranças para matar os pais que a incomodava.
Depois de um ano, um dos garotos procurou saber o que havia acontecido com seus pais. Ele ficou sabendo de toda a verdade e resolveu contar para seus irmão. Quando a mulher soube, negou tudo e continuou mentindo. O garoto falou que eles iriam embora.
- Como assim? Quem te disse essa mentira de que eu mandei matar seus pais? Foi uma pessoa que te contou, não foi?
- Sim. Foi o homem mais puro e sincero que eu já conheci.
- Foi você, maldito mordomo?! Eu quero conversar depois com você sobre essa casa, mordomo miserável!
- Sim fui eu. O menino estava desconfiado do sumiço de seus pais, eu resolvi contar toda a verdade.
A mulher pegou o homem e o jogou contra a parede. Ele bateu a cabeça e morreu. A menina ouviu a confusão e foi ver. O homem estava morto. A menina e seus irmão mataram a mulher e ficaram com a mansão e todos os seus bens materiais.
Passou-se cinco anos e meio. Eles decidiram adotar crianças para ser seus filhos. Então tudo acabou bem e eles ficaram muito felizes.

AUTORA: TUANY SILVA COSTA
Idade: 12 anos
Cidade Marabá – PA
EMEF Felipa Serrão Botelho




terça-feira, 10 de abril de 2018

A CAVERNA

Fonte: google imagem

...
Sobre mim, a Realidade,
Peso da existência sem sentido e vã,
Se desfaz na cortina que se abre ao sol,
E o brilho mortal, que a verdade revela,
Apaga as sombras, cessam-se os ecos.

A ti, útero divino,
Morada doce,
Escuridão que acalma,
Acolhe-me em ti.

Nos elos firmes de teus braços fortes
Quero estar firme e seguro, 
De onde nada poderá me arrebatar.
Deixe-me, voz da razão, quero contemplar.

Tão perto, tão alvo, curto e certo meu porvir. 

AURISMAR QUEIROZ

sexta-feira, 30 de março de 2018

Noites Quentes – Capítulo 3 _ Anjo ou demônio?

Fonte: google imagem

Marcela era natural do Goiás, nascera em uma cidadezinha exprimida entre a rodovia e a beira cortada de uma serra. Os pais, Reginaldo e Márcia, tinham um sitiozinho onde criavam porcos, galinhas e cultivavam uma horta. O que era produzido no sítio não era muito, mas o suficiente para sobreviverem naquele lugarzinho sem muitas perspectivas de crescimento.
Ela era a irmã mais velha de uma prole de quatro irmãs, por isso fora obrigada desde cedo a aprender dar banho nas irmãzinhas, coisa que ela fazia com um misto de revolta e prazer. Além disso, tinha que fazer comida, arrumar a casa e ajudar as pequenas nas tarefas da escola. O pai e a mãe passavam o dia mexendo numa coisa e noutra. Os únicos prazeres que tinham era aquele proporcionado pelo corpo cansado do parceiro, à noite, na cama, que ficava no quarto ao lado do quarto das meninas.
A intimidade dos pais podia ser observada por uma fresta na parede de madeira que Marcela disfarçava pendurando roupas em um prego. A curiosidade pueril em saber o motivo dos gemidos da mãe progrediu para um voyeurismo obsessivo. Sua atenção voltou-se desde cedo para o corpo da mãe, que, apesar das quatro gestações, mantinha-se firme. Os seios fartos e a vulva encoberta por pelos fascinavam a garota prepurbere, que sonhava com as transformações pelas quais seu corpo passaria. Achava o pai feio. Vermelho demais em algumas partes do corpo gordo e branco demais em outras. O abdômen muito distendido lembrava a mãe grávida de muitos meses.
Quando os pais finalmente apagavam as luzes do quarto, ela ia deitar-se. Dividia a cama com Alice, a menorzinha de dois anos por quem desenvolvera uma preferência materna. Queria ter filhos, mas a ideia de ter um homem barrigudo e vermelho ao seu lado na cama, não a agradava muito. Queria ser como sua mãe, bonita, alta, magra, com seios grandes e muitos pelos na... Adormecia com esses pensamentos e tinha muitos sonhos com mulheres bonitas se despindo enquanto ela observava. Mulheres com seios de todos os tamanhos, pequeninos, médios, grandes como os da mãe. Ao acordar, lamentava-se por não ter a presença de outras mulheres mais velhas na casa para ela poder observar, comparar com a mãe. As irmãs eram todas iguais a ela. Se tivesse ao menos uma irmã mais velha, uma prima!
Foi no verão de 2007 que seu desejo se realizou. Ester, filha de um irmão de seu pai, que morava no Pará, foi passar as férias de julho no sítio do tio. Era moça já formada. A blusa decotada, deixando a mostra metade dos seios protegidos por um sutiã vermelho, não chamou a atenção apenas dos olhos do tio, que disfarçava a observação perguntando notícias sobre o irmão. Marcela mantinha os olhos fixo de curiosidade, sem nenhum disfarce. A prima, percebendo os olhares de ambos, disse com ar brincalhão abraçando a menina:
_ Eu já tive essa mesma curiosidade. Um dia você também vai ter isso, disse apalpando os seios com as mãos.
A menina sorrio alegre. O tio pigarreou e saiu ajeitando o chapéu na cabeça e dando ordens.
_ Marcela, ajeita tua prima lá na cama ao lado da sua. As outras meninas vão ter que dormir jutas numa cama.
Marcela quase delirou quando viu a prima se despindo no quarto para tomar um banho. Seus olhos exploraram o corpo inteiro. Estranhou a ausência de pelos como a mãe.
_ Você não tem! Deixou escapulir a exclamação.
A prima fechou a cara misturando com riso.
_ Não tenho o que, menina!
Tímida, a menina apontou para as genitálias de Ester.
_ Ai, igual a mãe.
Ester riu. Aproximou-se da menina.
_ Me dá aqui sua mão. Veja. Sentiu? Eu tenho, só que eu depilo, entendeu?
_ Por quê?     
Ester enrolou-se na toalha, enquanto explicava as questões higiênicas da depilação.
_ Deixa eu pegar de novo!
_ Não, meu amor, não pode ficar pegando. Foi só para te mostrar como é. Cuida, vai olhar tua irmãzinha, deixa eu tomar meu banho.
À noite, quando a prima dormiu profundamente, vencida pelo cansaço da viagem, Marcela pode matar outras curiosidades sobre o corpo da prima.
A companhia da prima foi muito agradável e mudou um pouco a rotina no sítio. Ela ajudava Marcela a cuidar da casa, das meninas. Passeavam pelo sítio e tomavam banho no açude. O lugar passou a ser visitado pelos vizinhos que vinham conhecer a sobrinha do compadre. Os rapazes vinham em companhia. Conversavam na porta da casa até as nove ou dez horas quando se despediam e iam para suas casas.  Marcela estava sempre grudada em Ester, esqueceu um pouco a irmãzinha. Sentia algo estranho quando a via afastando-se com algum rapaz para se despedir na hora de ir embora. Não era de bom grado quando a prima dizia:
_ Meu amor, vai lá no quarto ver se tua irmãzinha está bem. Acho que deixei a janela aberta, vai olhar.
Marcela sabia que era apenas um pretexto para ela sair de perto. Saia meio zangada e deitava-se virada para o lado oposto da cama de Ester. Quando ela voltava, muitas vezes, a garota já havia dormido remoendo-se com seus sentimentos estranhos. Porém, quando estava acordada que ouvia a porta se abrindo todo o pesar de seu coraçãozinho se dissipava. A prima dizia:
_ Ainda acordada, meu amor? Vai dormir, menina. Dava-lhe um beijinho no rosto acompanhado de uma boa noite.
   Nesses momentos sua alma se inundava de alegria. Sentia-se tão leve. Tão alegre e feliz. Era como se a cama de repente começasse a flutuar em um rio de águas bem tranquilas. Ela podia até ouvir o barulho das pequenas correntezas. E o rio descendo, descendo, e ela flutuando, flutuando...
Quando a prima foi embora, foi um desconsolo. A menina entrou mesmo em depressão. Os pais acharam que fosse alguma doença. Levaram-na a um hospital da cidade próxima, no entanto o médico nada descobriu.
_ Isso é coisa da idade, mesmo. Vai ver é uma paixonite por algum garoto da escola. Converse com ela, mãe.
A mãe prometeu-lhe umas lapadas se inventasse de namorar naquela idade.
_ Onde é que já se viu? Fazer a gente gastar dinheiro por causa de bobagem! Era só o que me faltava!
A menina se retraiu. Resignou-se a cuidar mecanicamente das irmãs. Os pais deram o caso por encerrado, tanto foi que nem notaram que a menina perdia peso.
Dois meses depois, apareceu pelo sítio um homem bem vestido. Dizia-se representante de uma empresa no ramo do agronegócio que estava adquirindo terras na região para plantar milho e soja. Pediu para botarem preço no sítio que eles comprariam.
Reginaldo pediu um tempo para pensar. O homem disse que voltaria na próxima semana.
O lugar virou um alvoroço! Todos os pequenos proprietários sonhavam pegar uma bolada de dinheiro, mudar para o Norte, comprar uma terra grande para criar gado. Virar fazendeiro.
    O pai de Marcela telefonou para o irmão que morava no sudeste do Pará, pediu-lhe uma opinião. O irmão foi favorável a venda.
_ Ponha preço bom na terra, homem. Esse povo anda é lavando dinheiro desviado nas falcatruas da política. Pode botar o dobro do preço que eles pagam. Nada, nada, esse teu sitiozinho ai se transforma em cinquenta alqueires de terra aqui. E tua ainda compra um gadim pra começar.
Reginaldo decidiu. Vendera a terra como o irmão havia aconselhado.
Ao saber que iriam morar na mesma cidade que a prima Ester, Marcela voltou à vida.
Foram dois meses até a transação se completar, arrumarem as coisas e subir o mapa rumo ao sudeste paraense. Morar em uma cidade de beira de estrada e virar fazendeiro.
A empolgação de Marcela não durou muito, pois ao chegarem à cidade de destino, encontrou a prima grávida de um namorado com quem estava agora morando junto.
Reginaldo, depois de sofrer com a poaca no verão, lama e atoleiros no inverno, descobriu que vida de pequeno fazendeiro naquela região tão conflituosa estava longe de ser o sonho que muitos visualizaram. Comprou, sem saber, uma terra grilada. Quando os trabalhadores rurais fizeram acampamento do lado de fora de sua cerca, foi que descobriu serem falsos todos os documentos que o antigo proprietário lhe passou. O caso foi se arrastar na justiça. Ele teve que se virar para não passar fome com a família.
A menina cresceu sufocando os sentimentos que tivera pela prima. Já adolescente foi que compreendeu que sentimentos eram aqueles. Quem lhe fez entender foi Marina, uma amiga da escola, com quem manteve um namoro, escondido de todos, por dois anos. Até que os pais de Marina descobriram o caso. Fizeram duras ameaças a Marcela. Ameaçaram contar tudo para os pais dela e fazer um escândalo na rua.
Marina, chorando, despediu-se. Disse que iria embora para São Paula. Ia morar com a avô e fazer faculdade.
Marcela ficou isolada e calada como da vez lá no sítio.
Foi por esse tempo que os vizinhos morreram em um acidente deixando uma filha três anos mais velha que Marcela e dois filhos gêmeos de sete anos de idade. Quando Marcela soube a vizinha órfã decidira ficar morando na casa e tomando conta dos irmãos e que estava precisando de alguém para ajudar cuidar das crianças.
As coisas foram arranjadas. E, como já sabemos, Marcela tornou-se cada vez mais intima de Rebeca.
***
_ Você não está, bem - dizia enquanto acarinhava os cabelos da amiga – se quiser eu posso dormir hoje novamente com você.     

VEJA 






quinta-feira, 29 de março de 2018

A VILA - Segundo Epsódio: Lugar da Noite Sem Fim

Fonte:google imagem
AUTOR: A. L. Queiroz

O homem pôs-se a explicar o que acontecera.
- Esse lugar, onde vocês chegaram, não existe no mundo real. Quer dizer, existir existe, só que é como se fosse uma versão do mal de uma pequena cidade. A essas horas, os corpos de vocês duas devem estar em algum hospital da cidade, numa Unidade de Tratamento Intensivo, que a gente chama de UTI.
Sthefany parecia que ia perfurar meu braço com suas unhas de tanto apertar de medo. Ela tremia mesmo. Eu tentei me controlar para mostrar confiança a ela, ver se ela se acalmava um pouco. Eu havia aprendido que o medo faz aumentar o sofrimento, pois nos faz imaginar como reais coisas que não existem. Mas, confesso que aquela história começou a me sufocar.
O homem, após uma pausa para tomar uma golada de café, fazendo descer garganta abaixo um biscoito velho que mastigava, continuou.
_ Aqui parece um estado entre a vida e a morte. Vocês com certeza vinham observando esse local quando aconteceu o acidente. Tiravam fotos da paisagem pela janela do carro.
_ Sim, achávamos o lugar um pouco esquisito, por isso fazíamos umas selfies só para zuar do lugar.  
O homem fez gestos com as mãos e a boca, como quem diz “Então, foi isso. Não deviam ter feito”.
_ As mentes de vocês, ou seja, a consciência, foram capturadas por essa criatura terrível, vingativa, que chamamos de bruxa. Achamos que é um demônio que escapou de outro lugar e resolver criar aqui, nesse entremeio, o seu reino particular de horrores. Quando os corpos desfalecerem de vez, lá na vida real, suas consciências, isto é, as suas projeções nesse mundo, desaparecerão.
_ E vai para onde?
_ Ah, isso não sabemos ao certo. A gente sempre ouviu falar em céu, inferno; mas ninguém sabe o que isso realmente quer dizer. O certo é que vamos para algum lugar depois daqui.
Houve um perturbador momento de silêncio, quebrado pelo barulho de bater de asas como ouvimos quando estávamos na rua.
O homem olhou-nos confiante e dizendo para não nos preocuparmos, pois a criatura não entraria ali.
Eu quis saber como ele sabia de tudo aquilo.
_ Alguns, disse ele sem alterar um gesto reflexivo parecendo olhar no infinito, possuem visões do mundo anterior, da vida lá fora, o mundo real. As visões são sempre as mesmas. Estamos deitados em uma cama, ligados a vários equipamentos, reconhecemos pessoas ao nosso redor. Quando tentamos fazer contato com essas pessoas, a bruxa nos traga novamente com seu poder maligno e voltamos para onde estávamos. Assim vai indo. Nosso corpo vai ficando fraco, debilitado. Vamos enfraquecendo aqui também. Chega um momento que não aguentamos mais caminhar, nem segurar as coisas. A nossa consciência aqui, é uma projeção de nosso corpo debilitado lá no mundo real. O desaparecimento aqui, acontece quando o corpo morre lá, do outro lado.
De repente, Sthefany caiu rolando no chão segurando fortemente a sua cabeça com as mãos. Eu me joguei por cima dela, desesperada, tentando entender o que acontecia.
_ Ah, eles estão operando o corpo dela. Com certeza ela sofreu traumatismo craniano. Estão, inutilmente, tentando salvá-la. Como eu disse, ninguém consegue sair daqui.
Sthefany gritava e se contorcia.
_ Minha amiga, eu vou te ajudar, se acalme!
O homem mantinha o mesmo ar reflexivo, tragando lentamente seu café que nunca acabava.
_ Não há nada que possamos fazer, minha querida. Se lá no mundo real a cirurgia der certo, ela ficará bem, aqui. Se não der...
_ O que acontece?
_ Se não der certo, ela desaparecerá.
Ela perdia sangue. Muito sangue saia de suas narinas, pelos couro cabeludo. Seu corpo fora ficando frio, gelado. Eu entrei em desespero mais uma vez e comecei a chorar abraçada a minha amiga. Pedi um pano com o qual pudesse limpar o rosto dela. O homem estendeu-me as mãos com algumas toalhas. Parece até que já aguardava meu pedido.
Depois de quase umas três horas, sei lá! Finalmente ela parou de sangrar. Parecia dormindo. Assim ficou por um longo tempo. O homem ensinou-me como usar a velha espingarda. Disse que precisava sair um pouco. Resolver algumas coisas e ir em busca de alguma coisa para comermos. Deu-me alguns lençóis e travesseiros para eu ajeitar Sthefany.
_ Durma, descanse, disse-me com um leve riso no canto da boca.
_ Ainda demora para amanhecer nesse lugar, moço?
Ele havia terminado de por uma capa escura e um chapéu preto.

_ Se demora a amanhecer? Repetiu minha pergunta com um certo ar de deboche. Aqui nunca amanhece, minha querida. Aqui é o lugar da noite eterna. Saiu batendo a porta e gritando para eu colocar a travanca.